5 lições que você deve aprender com as empresas do Vale do Silício
Se perguntarmos para todos os empreendedores qual é o pedaço de terra mais inovador do mundo, possivelmente 90% indicariam o Vale do Silício.
A Baía de São Francisco, na Califórnia, é onde se situam as maiores empresas de tecnologia e inovação do mundo. Apelidada de Vale do Silício, nome inspirado no material semicondutor e mais utilizado para a produção de ligas metálicas em produtos tecnológicos, a região abrange diversas cidades como Palo Alto, São Francisco e Santa Clara.
O Vale do Silício constitui, assim, um grande universo de startups, ideias, pesquisa, produção e multiculturalidade. Com mais de 30% de estrangeiros entre os seus moradores, a região acolhe e ensina lições valiosas para todo empresário que quer acelerar seu negócio.
Esse foi o caso de Guilherme Pessoa da Confere Cartões e de Bruno D´Attilio da startup BTime. Vindos de startups aceleradas pela Oxigênio Aceleradora, eles participaram do programa Plug and Play e tiveram a oportunidade de viver alguns meses de imersão no Vale do Silício, conhecendo as empresas que mais se destacam na região.
Com a experiência, vieram muitos insights e aprendizados. Os jovens puderam entender os gargalos de produção e conhecer métodos eficientes de trabalho para oferecerem às suas startups grandes saltos. Lições que não esquecerão tão cedo, veja algumas abaixo!
Sumário
1. Simplifique o modelo como no Vale do Silício
Complicar é coisa do passado. Entre sistemas complexos e metas arrojadas, a simplificação dos processos e dos produtos é a palavra de ordem e o ponto-chave da inovação.
Esse foi um dos pontos que mais chamou atenção de Guilherme Pessoa durante o seu período de intercâmbio no Vale do Silício. “Eles simplificam os processos”, conta, “eles têm mentalidade de foco para todos os pontos da empresa e as pessoas vão mais direto ao ponto”
É da filosofia de Platão a seguinte frase: “O conhecimento é um processo de acumular fatos; a sabedoria está em sua simplificação”. Num universo cheio de ideias e vontade de criar, os empreendedores precisam encontrar a essência de seus projetos e deixá-los da forma mais simples para vender a ideia, para a utilização do usuário, para o design e também para o trabalho diário.
Esse foi também o objetivo que levou Bruno D´Attilio até o Vale do Silício: “ Viver a cultura do inconformismo, onde podemos sempre melhorar o que temos e de forma mais simples”.
Inconformar-se com o complicado e criar soluções. Essa é a face mais sedutora do Vale do Silício, que junto a alguns outros pilares, constrói sonhos e atrai inovadores do mundo inteiro.
2. Pense em crescimento e acelere
No Vale do Silício a ideia da perfeição foi ultrapassada. Lá, todo mundo erra, mas erra rápido. Ou seja, tentam enquanto a ideia ainda está pequena, para que ela possa se mostrar um fracasso ou um sucesso de maneira mais rápida que no resto do mundo.
A partir disso, há uma grande aceleração quando o projeto se mostra próspero. “Aqui a dinâmica é completamente diferente”, comenta Bruno.
Aquilo que funciona pequeno pode crescer. O que ainda não funciona será repensado e o estrago não será grande se falhar pequeno. A experimentação existe para isso. “Eles validam suas hipóteses com rapidez, sem medo de errar e quebrar”, focaliza Guilherme sobre a forma de trabalho que pôde conhecer no Vale do Silício.
3. Tenha metas arrojadas
Ir contra a corrente, ser vanguarda e criar novos mercados. As metas arrojadas são também símbolo de resistência. Apesar de alguns fracassos, as startups mantém firme o propósito de inovar.
“No Brasil, creio que as startups têm acesso à muita informação inovadora dos grandes polos inovadores do mundo todo”, analisa Guilherme sobre as possibilidades brasileiras enquanto destaca uma diferença, “no Vale do Silício eles mantém OKRs ou metas bastante arrojadas. Investimentos são maiores lá buscando crescimentos acelerados. A cabeça dos investidores é de alto risco e alto retorno”.
O Vale do Silício começou com os primeiros empreendedores querendo fazer diferente do que era usual. Por isso, há uma determinação em aprender com os erros para poder inovar. E, para que isso aconteça de forma acelerada, eles arriscam e criam metas que poderiam ser consideradas ousadas por empreendedores clássicos.
4. Foque no atendimento
Uma das razões do Vale do Silício ser uma região tão bem-sucedida está na mentalidade que prioriza o desenvolvimento do atendimento, e isso inclui as plataformas, sobre o produto ou serviço em si.
Guilherme chama atenção para o fato de que os empreendedores são muito atenciosos com os clientes e “gastam bem mais com o atendimento que o padrão que temos no Brasil”.
Isso acontece porque se o produto em si pode ser considerado muito limitado no que oferece, a plataforma, por sua vez, tem potencial de ir muito além. Seu valor e funcionalidade pode ser determinado pelos usuários. Ela pode ser moldada de acordo com a necessidade de cada um, criando inúmeras possibilidades de negócios e contratos.
Isso se pode observar em plataformas como Facebook, Airbnb, Uber, que estão frequentemente se adaptando ao que é demandado pelo usuário.
A escuta do cliente e o entendimento de suas necessidades, dores e visões conta muitos pontos na inovação. Mas o Vale do Silício leva um detalhe a mais: As pessoas se colocam no lugar do cliente e também do engenheiro. O que gera uma visão ampla sobre o que é oferecido tanto do ponto de vista do usuário quanto do ponto de quem poderá inová-lo, pois o produto já é construído para evoluir em colaboração com o usuário — e isso agrada a todos.
5. Invista no Networking
Não existe inovação solitária, os empreendedores do Vale do Silício têm ciência deste fator. Por isso, grandes empresas como a Apple são projetadas para criar espaços de convivência quase obrigatória. Steve Jobs queria que seus departamentos convergissem todos para uma mesma área onde pudesse trocar ideias enquanto tomavam um café ou procuravam algum material.
Para Guilherme, a grande diferença entre os empreendedores brasileiros e do Vale do Silício está justamente no networking. Assim, a cultura do empreendimento e da inovação se mantém viva. “Lá as pessoas foram educadas para empreender e com um nível de esclarecimento bem mais aguçado que do brasileiro”.
É por meio da troca e do incentivo à multiculturalidade que o Vale do Silício consegue criar laboratórios com um pequeno exército de pessoas criativas programando, escrevendo, fazendo contas e criando métodos a partir de ideias do mundo inteiro.
Também graças à cultura do networking que o suporte e a colaboração entre os profissionais é também garantido, embora estejam todos envolvidos no coração do capitalismo e das altas metas.
Para o Vale do Silício e além: o intercâmbio oferecido pela Oxigênio
A Oxigênio oferece o programa Plug and Play Tech Center, uma plataforma global de inovação para startups, corporações e investidores.
Entre as mais de 350 startups e 300 corporações parceiras, a Plug and Play busca cerca de 100 startups por ano para seus programas internacionais. Programas esses que estão presentes no Vale do Silício e também nas economias mais pulsantes do mundo no Ocidente e no Oriente.
Este foi o programa que levou Bruno e Guilherme para o Vale do Silício. Lugar onde puderam viver a o universo da inovação e realizar todo tipo de observação e aprendizado.
A receita de sucesso nunca é única, mas as inspirações podem ser compartilhadas. Guilherme conclui com uma de suas observações: “Sejam insaciáveis, agendem muitos meet ups, reuniões com parceiros, investidores potenciais e até concorrentes”.
Se quiser fazer parte de histórias como essas, entre em contato conosco e mostre que também sabe inovar e quer acelerar ainda mais seu empreendimento.