Ecossistema de startups no Brasil: entenda quem faz parte
O sucesso de um negócio inovador está diretamente atrelado ao ecossistema de startups em que se insere. Pois, financiamentos, conhecimento, contratação de talentos, mercado consumidor e outras condições para o seu desenvolvimento dependem disso.
Nesse contexto, o Brasil tem progredido e criado oportunidades que favorecem os envolvidos. No entanto, muito ainda pode ser feito para promover o crescimento econômico do país por meio dessas iniciativas.
Confira como está esse cenário e mais a seguir!
Sumário
O que é um ecossistema de startups?
Ecossistema de startups é uma rede de empresas, organizações e outros atores que se relaciona, criando elos de dependência, para fomentar o progresso da inovação dentro de um ambiente econômico.
Cada um dos participantes tem um papel em relação aos demais. Entretanto, em conjunto servem para apoiar, viabilizar e realizar projetos disruptivos. Nesse contexto, as interações ocorrem como parte dos processos, passando por momentos de ignição e tração de uma ideia.
Mais que nos outros relacionamentos que formam a economia, nesse caso os ganhos não se limitam ao lucro, pois esses relacionamentos oferecem aos envolvidos vantagens que vão desde trocas de conhecimentos até aportes financeiros.
De quais formas se desenvolve?
Um ecossistema de startups gira em torno da inovação. Assim, ele começa a se formar à medida que propostas diferenciadas e soluções novas surgem. Já seu progresso se dá tanto pela necessidade do empreendedor de obter recursos quanto pela percepção do mercado acerca do valor dessas ideias, iniciando interações com quem está fora.
Em outro nível, prestadores de serviços, fornecedores, clientes e demais agentes inseridos no ambiente econômico passam a ver essas organizações como potenciais parceiros, colocando-as na cadeia de suprimentos.
Essa dinâmica entre vários envolvidos passa pela construção de uma cultura colaborativa e de uma mentalidade disruptiva. Tal processo demanda um movimento que inclui educação, sensibilização e divulgação de novos modelos.
Como o ecossistema de startups funciona no Brasil?
O ecossistema de startups tem um desenvolvimento desigual no cenário nacional, à medida que o estado de São Paulo concentra 36,3% desses negócios, enquanto a região sudeste fica com 53,2%, segundo estudo da Associação Brasileira de Startups realizado em 2022.
Essa mesma pesquisa coloca o norte e o centro-oeste com 5% e 5,1% respectivamente, demonstrando que questões que afetam outras esferas também influenciam esse ambiente. Esse quadro fica mais claro quando se observa que do total, menos da metade — 39,6% — receberam investimento em algum momento.
Quanto ao perfil apresentado, o dado mais interessante mostra que as principais relações desses empreendimentos envolvem hubs de inovação, com 75,4%. Outro aspecto nesse sentido é que corporações (49,4%) e lideranças comunitárias (39,4%) superam o setor público (32,6%) em interação.
Ainda assim, nos últimos anos esse modelo tem ganhado projeção. De acordo com um panorama de 2023 da Córtex são mais de 12 mil organizações nesse formato. Por outro lado, desde seu pico em 2018 tem havido uma queda no número de novos CNPJs abertos.
Ou seja, o funcionamento dessas empresas no Brasil tem um grande potencial, mas está atrelado a condições econômicas, sociais e regionais que nem sempre são favoráveis. Por isso, os atores que estão ligados a esse quadro são tão importantes para suportar o progresso dessas iniciativas.
Quem faz parte dele?
Como visto, um ecossistema de startups se baseia no relacionamento entre uma vasta gama de organizações. Veja os principais envolvidos a seguir!
Startups
Um ecossistema de startups não existe sem esses negócios. De modo geral, são definidos como empreendimentos cujo modelo de trabalho, produto ou serviço oferecidos se posicionam como inovadores. São escaláveis e com potencial de tração rápida. Ainda podem atingir os estágios de scale-ups e unicórnios, conforme se desenvolvem.
Investidores
Conceitualmente englobam desde os chamados investidores-anjo até fundos de private equity ou venture capital, passando por bancos, outras empresas e projetos de apoio a startups que colocam recursos financeiros nesses negócios.
Incubadoras
Focadas em negócios em ignição, as incubadoras ajudam a transformar uma boa ideia em uma empresa viável. Geralmente são segmentadas, guiando-se por prioridades econômicas, geográficas ou governamentais para oferecer recursos estruturais e técnicos aos empreendedores.
Aceleradoras
Por atenderem negócios em tração, as aceleradoras estão um passo adiante das incubadoras, apoiando quem já validou sua ideia ao fornecer também acesso a bons contatos e mentores experientes por meio de programas com tempo limitado. A participação das startups depende do atendimento de condições divulgadas por um edital.
Hubs de inovação
Oferecendo oportunidades de exposição, conexão e trocas com outros players do mercado, os hubs funcionam como centros comerciais de inovação. Servindo de vitrines, eles são uma forma de ganhar projeção junto aos demais membros do ecossistema de startups que realmente agregam a sua proposta.
Agências de fomento
Organizações voltadas ao desenvolvimento econômico apoiam todo o ecossistema de startups, desde as próprias empresas inovadoras até outros negócios de que dependem, em busca de um mercado mais abundante.
Instituições de ensino e capacitação
O ambiente universitário é o berço de muitas novas ideias. Mas essas instituições não param nisso, uma vez que atuam como incubadoras, hubs e aceleradoras. Ainda formam, em conjunto com outras organizações de ensino, um sistema voltado a capacitar os empreendedores ou funcionários.
Bases de pesquisa
Criando parcerias, disponibilizando insights sobre tendências, fazendo sugestões de soluções ou servindo de laboratório, as bases de pesquisa se inserem no ecossistema de startups de diversos modos.
Poder público
Ao poder público compete regular e apoiar novos negócios, visando o equilíbrio econômico, o desenvolvimento social, bem como evitar quaisquer abusos por falta de regramento sobre novas propostas.
Imprensa
O papel da imprensa no ecossistema de startups é dar projeção a esses negócios, divulgando e sensibilizando os potenciais mercados para as novas ideias. Potenciais clientes e fornecedores são quem geralmente toma conhecimento sobre a inovação pelos canais midiáticos.
Fornecedores
Freelancers, consultores, advogados, contadores, produtores de insumos, provedores de serviços etc. são só alguns dos possíveis fornecedores que atuam interagindo diretamente com esses negócios.
Corporações
Outras empresas podem se envolver diretamente com esses negócios criando joint ventures, participando de projetos de inovação aberta, entre outros formatos de parcerias com startups.
O ecossistema de startups abrange todo o ambiente de negócios formado em torno desses projetos, sendo essencial para viabilizá-los. No Brasil, ainda que esteja em um momento de amplitude, há diversos desafios para que chegue ao melhor cenário. Por isso, todos os envolvidos são importantes, apoiando e viabilizando ideias inovadoras.
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