Cultura data driven: como implementar no dia a dia das startups?
A transformação digital nos negócios modificou completamente como as empresas precisam trabalhar. Como consequência, isso impactou também o mercado de startups. Para ter sucesso, portanto, é necessário se adaptar ao que o cenário corporativo exige. Um dos conceitos em alta e mais aplicados pelas organizações é a cultura data driven.
Basicamente, trata-se da tomada de decisão baseada na utilização de dados. Afinal, a quantidade de informações que qualquer negócio gera ao longo de um dia é imensa. Por que não aproveitar todo esse potencial para otimizar a sua startup?
Apesar dos inúmeros benefícios, não é uma tarefa tão simples de ser executada, já que a coleta não é a única etapa necessária dentro desse processo. Da definição de um objetivo até a aplicação do conteúdo gerado em suas ações, não se esquecendo de um time inteiro com a mesma mentalidade.
Quer saber a importância e como fazer isso dentro da sua startup? Continue a leitura deste artigo para descobrir como implementar a cultura data driven no dia a dia do seu negócio. Confira!
Sumário
Qual é o cenário corporativo atualmente?
Para fazer mais negócios e se colocar como uma referência em seu segmento, é preciso entender como o mercado se posiciona: cada vez mais concorrido. Diante disso, as empresas buscam soluções que ajudem a reduzir os desperdícios e os erros estratégicos.
Mas como fazer isso? Simples: a partir da análise de dados e informações gerados diariamente sobre tudo o que permeia o mercado. Do comportamento do consumidor até a eficiência do seu produto. Tudo pode (e deve) ser analisado a partir de informações precisas.
Para quem busca, por exemplo, a eficiência operacional, a tomada de decisões a partir de dados deve ser uma prioridade. Especialmente em empresas que continuam começando, implementar essa cultura pode ser um diferencial competitivo valioso.
O que significa ser data driven?
Quando uma empresa registra os pedidos realizados pelos clientes, as formas de pagamento e o ticket médio, por exemplo, ela está gerando dados. Ou seja, está acumulando informações que contribuem para entender o perfil do seu público e também a dinâmica do próprio negócio.
Isso também acontece com relação aos problemas que costumam acontecer no dia a dia, às reclamações dos clientes, aos canais pelos quais eles chegam até a empresa, aos produtos ou soluções mais adquiridos, e assim por diante. Tudo isso e muito mais é o que contribui para adotar uma cultura data driven. São esses dados que a startup deve utilizar nas suas tomadas de decisão.
Ser data driven significa pautar as decisões em algo mais concreto, em vez de fazer testes aleatórios ou então definir estratégias com base no “achismo”. São analisadas essas informações para levantar insights que vão mostrar qual é o melhor caminho a ser seguido em cada caso.
Para ser data driven basta aproveitar esses dados que a própria startup gerará e, antes de definir por este ou aquele investimento, ou por esta ou aquela ação, verificar as informações para não perder tempo, direcionar melhor os recursos e aumentar as chances de bons resultados.
Sendo assim, é importante investir em ferramentas e tecnologias que permitam fazer uma coleta precisa desses dados. Também em recursos que auxiliem na análise deles, na geração de insights e, é claro, contar com profissionais que saibam transformar todo esse material em uma estratégia eficiente.
Quais são os pilares da cultura data driven?
A cultura data driven é baseada em cinco pilares que ajudam a manter a sua estrutura sólida. São eles: pessoas, processos, assets, dados e tecnologia.
Pessoas
Os dados são um instrumento de trabalho. Sozinhos, eles não fazem nada. Por isso, um dos principais pilares da cultura data driven são as pessoas. Afinal, são os profissionais e especialistas que vão analisar os dados coletados, compreender aquilo que eles entregam, transformar em informações úteis para identificar oportunidades e direcionar as tomadas de decisão.
Processos
Os processos da cultura da data driven são diferenciados porque eles integram todos os setores da empresa. Isso é necessário para que as informações não permaneçam isoladas e possam ser compartilhadas com todos, a fim de manter uma visão completa da empresa e promover a colaboração entre as equipes, alinhando o trabalho de todas elas.
Assets
O termo se refere às propriedades digitais da empresa, ou seja, aos recursos intangíveis que pertencem a ela e fazem com que tenha diferenciais atrativos para o público. A velocidade de carregamento de uma página é um asset importante, pois determina se a pessoa permanecerá no site ou não. São um dos pilares porque, se eles não forem valorosos podem interferir no desempenho do negócio, afetando visitas, conversões, vendas e outros.
Dados
É claro que os dados não poderiam ficar de fora dos pilares da cultura data driven. Eles são os grandes protagonistas aqui. Contudo, a coleta precisa ser feita de uma forma inteligente, eficiente, segura e transparente, por meio de um processo bem estruturado para garantir a privacidade e a proteção dos usuários.
Tecnologia
Nesse pilar estão os recursos que você utilizará para implementar a cultura data driven na sua startup. São as ferramentas, as plataformas, os sistemas e tudo mais que faz a coleta, o armazenamento, o processamento e a análise das informações levantadas.
Quais são os benefícios da cultura data driven?
Os benefícios desse modelo são os mais variados. O primeiro deles, claro, é a precisão das ações e estratégias. Quando uma decisão é tomada após uma análise aprofundada sobre determinado cenário, as chances de sucesso são muito maiores.
Isso vale na hora de avaliar o MVP da sua startup ou, até mesmo, nas suas campanhas de Marketing Digital para fortalecer a marca. Como consequência dessa eficiência, a redução do desperdício também aparece.
Em vez de perder meses de trabalho em um produto que não funcionará, esse problema pode ser resolvido muito antes. Seja para avaliar a eficiência de uma ideia, seja para monitorar o desempenho da sua equipe, o data driven oferece indicadores do que funciona e aquilo que precisa ser aprimorado.
Inclusive, essa cultura fornece informações valiosas sobre oportunidades, tendências e possíveis ameaças ao seu negócio. Analisando o comportamento do seu cliente, por exemplo, fica mais fácil identificar uma funcionalidade necessária para o seu produto. Ou, em alguns casos, um novo segmento para a sua empresa ter uma melhor relação com investidores.
Quais são as etapas para a criação dessa cultura?
Para implementar a cultura data driven na sua startup é preciso haver a colaboração de toda a equipe. Por isso, o sucesso da sua estratégia inicia com a definição daquilo que será feito com os dados que serão coletados.
Você precisa ter uma estratégia bem estabelecida, a fim de compartilhar os seus planos com o restante da equipe para ela possa engajar nessa empreitada. O investimento em tecnologia é indispensável para estruturar essa cultura e também promover condições de trabalho para os seus colaboradores.
Como a intenção é fazer com que eles contribuam para o sucesso de implementação dela, é preciso compartilhar com todos os resultados alcançados. Isso deve ser feito mesmo com os setores que não são afetados diretamente, para estimular a percepção de que essa nova cultura realmente funciona.
Também é muito importante investir no treinamento da equipe depois de já ter estabelecido os seus objetivos e a estrutura tecnológica da sua cultura data driven. Assim esses profissionais serão capacitados no momento certo, para colocarem em prática o conhecimento adquirido e se sentirem mais preparados para essa nova realidade do negócio.
Não se esqueça de reverter os benefícios da cultura data driven para o seu público interno. Utilize os dados para favorecer o trabalho dos colaboradores, auxiliando na automatização de processos, melhorando a comunicação, promovendo a economia de tempo, entre outros fatores que auxiliam na produtividade e na maior satisfação no dia a dia.
O que fazer para implementar essa cultura na sua startup?
Para colher todos esses benefícios, é necessário colocar alguns passos em prática. Listamos os fatores mais importantes a serem considerados durante esse processo para ajudar você a implementar a cultura data driven dentro da sua startup. Confira!
Definir objetivos
O primeiro passo é definir objetivos claros para a sua estratégia. Ou seja, o que vai ser alcançado com a implementação da cultura data driven?
Reduzir os desperdícios na operação da sua startup, por exemplo? Ou criar ações cada vez mais precisas que contribuam para o melhor desenvolvimento dos seus produtos? Defina objetivos e a sua ordem de prioridades.
Coletar dados
Em seguida, é preciso determinar como será feita a coleta de dados. A notícia boa é que existem inúmeras ferramentas para fazer isso e a maioria delas já está presente no seu dia a dia.
Utiliza o Google Analytics para verificar o tráfego das suas páginas? Os dados estão disponíveis. Tem uma página no Facebook? A rede social também está repleta de dados sobre os usuários.
Analisar dados
Com todas as informações em mãos, é hora de filtrar o que vai ser útil — de acordo com objetivo traçado inicialmente — para a sua estratégia. Reúna o que é mais valioso e coloque no papel para iniciar as suas análises.
Está procurando uma nova oportunidade de investimento? Busque o que os usuários mais desejam ou sentem falta nas redes sociais, por exemplo.
Transformar dados em ações
Após todo esse período de análise, é hora de transformar as informações coletadas em ações e estratégias. O que usava para atrair clientes em potencial não funciona mais? Adote outras estratégias.
Verificou que a capacidade produtiva da sua solução está abaixo do esperado? Encontre a falha e determine ações para modificar esse panorama.
Como manter a cultura data driven nas startups?
Antes de tudo, é preciso que todos estejam cientes da importância dela, engajados e comprometidos com esses processos. É essencial promover uma mudança de mentalidade para os dados serem a parte crucial das tomadas de decisões e das estratégias.
A captação deles deve fazer parte da rotina da empresa, mas, como dito, de nada adiantasse limitar a isso. Você precisa definir objetivos. Após alcançar os primeiros, defina novos para manter a cultura. Portanto, é fundamental fazer análises internas constantes para monitorar o desempenho da sua startup e entender aquilo que pode ser melhorado.
Não se esqueça que é fundamental ter diferenciais para sobreviver ao mercado. Sendo assim, o seu negócio também precisa adotar uma cultura de inovação, a fim de se superar dia após dia tendo os dados como aliados para gerar novas oportunidades.
O segredo é não estagnar, procurar o crescimento, o desenvolvimento e o sucesso da sua startup. Tudo isso só pode ser alcançado por meio da implementação de novas soluções, do aprimoramento de processos e outras estratégias para que a empresa se renove constantemente.
Sempre compartilhe os resultados com a sua equipe para que ela esteja motivada a continuar praticando a cultura data driven. Invista em capacitação para esses profissionais se manterem atualizados. Acompanhe os movimentos do mercado, as tendências e as tecnologias que surgem, para encontrar novas fontes de dados e novas formas de aproveitá-los.
Qual é a importância do engajamento de toda a equipe?
Ao definir os pontos dos tópicos anteriores, a sua tarefa ainda não acabou. Afinal, não adianta apenas uma pessoa ou os líderes da startup terem essa mentalidade. É preciso que todos os profissionais compreendam e apliquem a cultura data driven em suas funções.
O primeiro passo para isso é compartilhar e ensinar, de forma transparente, o que é esse conceito. Ao entender quais são os benefícios e a importância de se basear em dados, em vez de opiniões, fica muito mais fácil aplicar em suas rotinas.
Como dito, também é necessário oferecer treinamentos para que ele saibam o que e como fazer. Capacitando a sua equipe a transformar dados em ações, toda a startup registrará uma melhora significativa de desempenho.
Aplicar essa mentalidade dentro da sua organização pode não ser uma tarefa tão simples, mas os benefícios são extremamente válidos. Implementando essa cultura na sua startup, a tendência é que os resultados apareçam com mais rapidez e qualidade.
Como mensurar os resultados de uma cultura Data Driven?
Para mensurar os resultados da sua cultura da data driven é preciso que você tenha informações sobre a realidade da sua startup agora, a fim de comparar esse material com aquilo que será alcançado depois da implementação das estratégias baseadas nos dados.
Esse comparativo é fundamental para verificar a evolução do seu negócio e entender os pontos de melhoria que ainda precisam ser alcançados. Logo, metas e objetivos são fundamentais, conforme já explicamos.
Também é necessário estabelecer métricas e indicadores para que você consiga mensurar esses resultados de uma forma mais concreta, gerando relatórios para construir o histórico da sua cultura data driven.
A definição dessas métricas e indicadores dependerá das metas e dos objetivos que você cogita alcançar. Seja como for, é fundamental fazer esse monitoramento e análise, inclusive para alinhar pontos com a sua equipe e compreender novas necessidades que vão surgir conforme os objetivos anteriores forem alcançados.
Seja para conseguir mais investidores, seja para atingir o break-even, a utilização de dados pode ser o caminho mais adequado. Quando falamos em cultura data driven, também é preciso ficar atento aos cuidados com tantas informações geradas pela sua startup. Afinal, como garantir que todo esse material não será utilizado por alguém mal-intencionado? Ou que o usuário pode confiar nos seus métodos?
Por isso, que tal conferir o nosso artigo sobre LGPD e entender o que diz a lei geral de proteção de dados pessoais?